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Liderança na era da informação

Ouso afirmar que não há mais espaço para chefes nessa nova geração, apenas para líderes.

Foi brincando com os dinossauros que eu comprei para os meus filhos que me dei conta de que estou me tornando um. Estava brincando com o meu mais novo, quem tem um ano e meio, quando a mais velha, de três anos e meio, chegou e quis participar do ataque que os velociráptors estavam armando para um desavisado estegossauro (mal sabiam eles do perigo letal apresentado pela cauda pontuda do estegossauro). Pois bem, no meio da brincadeira eu tive a idéia de pegar o notebook e mostrar para eles algumas fotos de dinossauros na internet. Foi quando a minha mais velha me perguntou:
- Mas pai, não tem barulho? E eles não se mexem?
Claro que tem barulho o pai é que é um brocoió. Foto é coisa do passado, essa geração quer é vídeo on-demand. E lá fui eu ao Youtube me divertir com os vídeos da BBC sobre dinossauros. O fato é que em poucos minutos eles já sabiam mais sobre os dinos do que eu em um ano quando criança.

 
É incrível para um sujeito como eu me dar conta dessas coisas, de como a tecnologia tem mudado o jeito que os mais novos interagem com as coisas, decidindo o que querem ver e quando. Essa facilidade, o acesso imediato e irrestrito à informação, está mudando, ou melhor, já mudou drasticamente o mundo, e quem não se der conta disso está fora do jogo. O que antes era um ativo raro, uma verdadeira fonte de poder, virou comodity. Todo mundo tem acesso. E isso tem impacto direto nas relações mais triviais do nosso dia-a-dia, tais como a relação Professor-Aluno, Médico-Paciente, e , particularmente, a relação Chefe-Subordinado.

 
O chefe, que antigamente se valia da informação como fonte de poder, não é mais o seu detentor, pelo simples fato que ninguém mais o é. Ouso afirmar que não há mais espaço para chefes nessa nova geração, apenas para líderes. Afinal, como eu vou me sentir motivado trabalhando para alguém que sabe menos do que eu? Não é essa justamente a grande questão da Geração Y? Que dirá da Geração Z que está por vir. O desafio então é definir o perfil desse novo profissional, capaz de liderar uma equipe na era da informação. Quais são  os requisitos que ele possuir para obter sucesso?

 
Ora, se tirarmos o acesso a informação da equação o que sobra? A capacidade de resolução de problemas e o ferramental de raciocínio lógico continuam valendo, e são ainda mais valiosos pois existe muito mais informação a ser processada. As habilidades sociais ganham mais importância, uma vez que a tecnologia nos permite trabalhar em ambientes muito mais complexos, com pessoas em diversos lugares do globo. De que adianta, capacidade de raciocínio e informação ilimitada se não somos capazes de interagir com os outros? Integridade, ética e paixão pelo trabalho completam esse cenário, pois são qualidades fundamentais para qualquer líder, em qualquer época.

 
São essas as habilidades que eu recomendo a todos que almejam uma carreira de sucesso e que quero desenvolver nos meus filhos. Por ironia, foi através deles que cheguei a essa conclusão, em meio a um ataque de ferozes velociráptors.