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Empresas gastam tempo para atualizar sistemas com mudanças tributárias

Em algumas empresas, o tempo utilizado para realizar esta atividade ultrapassa as 30 horas.

As frequentes mudanças da legislação tributária têm comprometido horas de trabalho das empresas. Um estudo realizado pela Fiscosoft, empresa especializada em informações legislativa on-line, revela que 28,6% dos empresários consomem entre 11 a 30 horas por mês para manter seus sistemas atualizados às regras tributárias, alíquotas, benefícios fiscais, entre outros.

Em algumas empresas, o tempo utilizado para realizar esta atividade ultrapassa as 30 horas. Pelos dados, 21,5% dos entrevistados disseram que gastam de 31 horas a 60 horas por mês, outras 14,3% disseram que consomem entre 61 e 200 horas. Já 10,4% gastam mais de 200 horas.

Para tentar manter-se atualizado, os empresários precisam alocar funcionários para esta função. Cerca de 50% necessitam entre 2 e 4 pessoas, outros 22,7% indicaram entre 5 e 10 colaboradores, enquanto 12% apontaram acima de 15 empregados.

Outros meios
O diretor de Projetos Especiais e coordenador do estudo, Fabio Rodrigues, explica que além de recursos humanos, as empresas têm ainda de investir em meios tecnológicos e em serviços externos.

Para ter uma ideia, 17% dos entrevistados empregam mecanismos diretamente nos sistemas para controlar as alterações normativas que já foram publicadas, mas que ainda entrarão em vigor. Já a adoção de investimentos em assessorias externas é utilizada por 47,2% dos entrevistados.

Desafios
Entre os desafios enfrentados pelas empresas no processo de atualização, o principal é acompanhar as alterações legais. A resposta foi indicada por 42,3% das empresas.

Em segundo lugar, aparece a adaptação da legislação ao formato adequado para alimentação dos sistemas, com 31%. Interpretar a legislação tributária ocupa o terceiro lugar, segundo 22,7% das empresas.

Os empresários disseram ainda que acompanhar as alterações legais é difícil devido aos inúmeros tributos existentes nas esferas federal, estadual e municipal. Entre os tributos que causam maior impacto estão o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), PIS/Pasep (Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) e Cofins.

Multas
O levantamento indica ainda que as constantes mudanças da legislação também fazem com que as empresas fiquem sujeitas a multas. De acordo com os dados, 42,1% dos entrevistados já foram autuadas por esta razão.

Estas multas decorrem de problemas como atraso na entrega de declarações, recolhimento menor de tributos, aplicação indevida de incentivos fiscais e aproveitamento incorreto de créditos tributários.

Sobre a pesquisa
Para chegar a estes dados, o estudo foi realizado com 441 empresas dos setores de serviço (42,4%), comércio (15%) e indústria (42,6%).